Abordamos nas edições anteriores a importância das pessoas para uma empresa manter-se em ambiente competitivo de negócios. Dentro deste conceito de competitividade, as empresas devem escancarar suas portas para as idéias vindas de fora: das instituições de pesquisas, das universidades e, sobretudo, de outras empresas, de todos os cantos do planeta. Hoje, o mundo tornou-se uma extensão dos laboratórios existentes nas empresas.
É a partir deste trabalho que começam a surgir inovações em muitas áreas. Por conta disto, inovar exige concentração total nos movimentos do mercado. Empresas que desejam introduzir novidades em suas ações precisam ter foco em determinadas atividades para concentrar suas competências e recursos, de maneira que possam conhecer o máximo sobre as operações deste mercado.
Um empresário não pode ficar a maior parte de seu tempo dentro da empresa. Deve-se compreender que as melhores oportunidades de negócios estão fora, exatamente no mercado. Entretanto, é preciso também, em muitos momentos, dispor de uma análise estratégica que crie um ambiente dentro da empresa propício à inovação. Aqui reside parte do sucesso de muitas empresas que se destacam exatamente pela renovação.
Integrando descobertas
O essencial não é a invenção em si, mas a capacidade de integrar descobertas científicas de maneira inovadora, na forma de uma nova experiência de consumo. Caso haja a adoção da inovação aberta, os cientistas de fora da empresa podem colaborar na criação de novos produtos e os de dentro na transformação destes produtos em necessidades de consumo. Empresas de sucesso e que possuem caráter inovador precisam ser inteligentes. E a sua inteligência é composta pela inteligência de todos aqueles que trabalham nela.
É exatamente por isso que, para se ter uma cultura voltada à inovação através da valorização dos colaboradores, a empresa deve criar situações onde os mesmos sejam sempre estimulados a buscar e repensar coisas novas. Da mesma forma, um ambiente propício à inovação não permite um controle rígido sobre seus colaboradores. Assim, liberdade, mas com responsabilidade e comprometimento, é fundamental para se obter maior potencial de inovação.
Segundo Claus Möoler, consultor europeu e especialista em gestão de negócios, este conceito trabalha com a idéia de que no ato de assumir responsabilidade, o colaborador é o sujeito principal da ação, devendo a empresa criar um ambiente adequado para que sua ação se desenvolva, de maneira que o próprio colaborador possa buscar, por iniciativa própria, este seu desenvolvimento. Nesta situação, todos ganham juntos: empresa e colaboradores.
A inovação será obtida na empresa, caso os colaboradores estejam dispostos a ousar, a ter iniciativa e a assumir responsabilidades pelas coisas. Nestes casos, eles precisam oferecer o melhor de si. Um lema muito importante é a compreensão de que “tudo o que vale a pena ser feito precisa, no mínimo, ser bem feito”. A regra é simples e bem clara. E tudo isto só se consegue se houver um ambiente propício para tanto.
Apostando nas diferenças
Para avançar neste processo de inovação, é interessante que a empresa disponha de um quadro diversificado de colaboradores, com experiências profissionais e pessoais diferentes, com cultura e formação acadêmica distintas, idades múltiplas; enfim, pessoas que se complementem com suas diferenças em suas ações do dia-a-dia. A condição para o sucesso no futuro é inovar, fazendo algo que seja diferente da concorrência que está surgindo. As companhias fechadas em si mesmas serão fatalmente ultrapassadas por corporações mais ágeis e abertas, capazes de expandir seus tentáculos intelectuais para além das fronteiras internas.
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