Empreendedores têm buscado mais conhecimento e informação para tocar os negócios. O grande empreendedor é aquele que inova, conhece o seu concorrente e faz sucesso permanente. Este é o desejo de milhões de pequenos e médios empresários brasileiros, mas que nem sempre é possível, por causa de três fatores responsáveis pelo fechamento das empresas no país: falta de planejamento, má gestão empresarial e falta de atenção à conjuntura nacional. É o que afirma Pedro João Gonçalves, economista do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em recente trabalho da entidade.
Há alguns meses, o Sebrae divulgou a pesquisa intitulada “10 Anos de Monitoramento da Sobrevivência e Mortalidade das Empresas”, que faz uma radiografia completa das MPEs (Micro e Pequenas Empresas) paulistas, criadas nos últimos dez anos. No trabalho, há uma análise completa com data de nascimento, tempo de sobrevida, perfil, causas dos sucessos e fracassos dos empresários. No Estado de São Paulo, por exemplo, a média é de 130 mil novas organizações empresariais por ano.
O levantamento aponta que, no primeiro ano de vida de uma unidade, o índice de mortalidade estadual chega a 27%. Segundo Gonçalves, o resultado é positivo, quando comparado com o de dez anos atrás. “De 1998 a 2007, as taxas de mortalidade caíram em todos os perfis de comparação. No primeiro ano, esta taxa caiu de 35% para 27%”, diz o economista. No Brasil, o aumento da taxa de sobrevivência cresceu, segundo último levantamento do Sebrae Nacional. De 2000 a 2002 a taxa foi de 50,6% e 2003 a 2005 a taxa foi de 78%.
Ao fazer um comparativo, entre a nova e a pesquisa anterior, é possível constatar que houve uma crescente melhora em diferentes aspectos, principalmente nos que se referem ao comportamento e à atuação dos empresários. Um exemplo é a constatação de elevação no grau de escolaridade dos proprietários das empresas ativas. Nesse período, se comparado com o da pesquisa anterior, houve diminuição do número de empresários com até a 4ª série do ensino fundamental – 2% na pesquisa atual e 3% na pesquisa anterior. Houve também aumento de empresários com 8ª série incompleta, 8% contra os 7% na pesquisa anterior.
Informações
Os números do Sebrae mostram que o micro e pequeno empresário está em busca de informações técnicas. Ou seja, além da vontade e habilidade para abrir o próprio negócio, o empresário precisa de informação na gestão da empresa, entender como funciona toda a organização empresarial, bem como buscar auxílio com profissionais qualificados em diversas áreas. Um deles é o contabilista, profissional importante que pode auxiliar o pequeno empresário quanto aos encargos tributários hoje existentes no Brasil, além de orientar o gestor na organização e no planejamento da empresa. Tudo isso, simultaneamente, ajudará o empreendedor a ter um produto mais acessível no mercado.
Um dos grandes exemplos de empreendedorismo é a rede de Lojas Colombo. O diretor presidente da rede, Adelino Colombo, aponta em entrevista ao Boletim do Empresário, que o fator principal do sucesso de seu empreendimento foi muito trabalho. “O sucesso empresarial da rede está baseado em alguns pilares fundamentais, como trabalhar sete dias por semana, o atendimento ao cliente, a preocupação em capitalizar a empresa, não desviar valores para outras atividades e levar a vida sem ostentação, com muita dedicação”, afirma.
A dica de Adelino para quem deseja crescer é ter clareza e fixação de objetivos, bem como a firme determinação de alcançá-los. “A coragem de superar obstáculos também é essencial para o sucesso de um empreendedor. É preciso aliar a disposição de trabalhar e de vencer às habilidades pessoais, buscando um nicho de mercado que o recompense”, finaliza. Porém, ele lembra que o pequeno empreendedor deve evitar o endividamento excessivo e buscar critérios rigorosos no estabelecimento de parcerias e de negócios. A falta de planejamento estratégico e o desconhecimento do mercado também são prejudiciais.
O início da rede foi em 1959, em Farroupilha (RS), quando os primos Adelino Raymundo Colombo e Dionysio Baltahsar Maggioni fundaram as Lojas Colombo. Um ano depois, os negócios expandiram com a inauguração da primeira emissora de televisão naquele Estado. A venda de televisores foi determinante no crescimento da empresa. Em 1965 foi inaugurada a primeira filial, em Caxias do Sul. Desde então, a empresa expandiu a marca para outras regiões, chegando aos Estados de Minas Gerais e São Paulo, em 2003. Atualmente, a empresa conta com 340 lojas, três centros de distribuição e mais de 6.000 colaboradores espalhados, também, pelos Estados de Santa Catarina e Paraná.
Outro exemplo é o empreendedor Miguel Krigsner que transformou uma pequena farmácia de manipulação, aberta em 1977, na área central de Curitiba (PR), na maior rede de franquias de perfumaria e cosméticos denominada O Boticário. O grande passo para a futura expansão do negócio foi a abertura da loja, em 1979, no Aeroporto Afonso Pena, e que atendia a capital paranaense e região. Hoje, a rede tem mais de 2.500 lojas no Brasil e em outros 20 países. Assim como Krigsner e Colombo, outros empresários começaram com um pequeno negócio e agora têm unidades em todo o país. O segredo deles é o mesmo: dedicação e busca por informações de gestão empresarial.
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